lúdico
então chegou um dia em que - face ao estágio avançado das trocas, tanto as reais quanto as simbólicas, naquela sociedade perdida da Onanolândia - as pessoas resolveram comprar e vender seus sonhos.
a tabela de preços, as tonalidades, a listagem dos tipos, o prazo de devolução. tudo nos confomes.
foi um tal de um comprar o sonho de voar do outro, o outro pagar com o sonho de consumo do um e assim por diante.
eu, por exemplo, quando vou dormir nem sei mais o que é meu e o que é dos outros. esses dias adquiri um sonho de cantor, mas um vaso com um bonsai de tomates insitia em aparecer pelos cantos do sonho. durante toda a noite. mudei para um sonho com mulheres e livros que estava na promoção e o vaso continuava lá.
e agora, com esse vaso traficado, com a grana gasta, com o sono devoluto, o que fazer? ouvir a voz:
- o negócio é esse mesmo, vai sonhando.
3 Comments:
eu também quero um sonho alheio!
Adoro suas fábulas!
adoro toda sorte de engano, todo sonho vendido e comprado...
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