ovíparos
chocante.
uma vida toda para sair em outro lugar.
estava frito.
onde estão?
João Pessoa estava perdido em uma estrada, olhando o Amapá quando perdeu o controle e Rondônia no asfalto, bateu Sergipe numa Brasília, ele ainda tentou Pará, mas não conseguiu; indo de encontro a um Mato Grosso, perto de uma Alagoas. Por obra do Espírito Santo, saiu quase sem nenhum Maranhão, com exceção de sua Pernambuco, o carro ficou Amazonas e o motor foi Paraná longe.
Umas Minas Gerais que estavam por perto se assustaram.
Foi difícil Acreditar, as calças do sujeito caíram, deixando à mostra seu pequeno Piauí.
O rapaz achou que Bahia se dar bem, que o que tivesse que ser, Ceará, coisa que Goiás vezes acontece; mas depois do susto uma das moças, a mais religiosa, Santa Catarina, olhando para ele de cima a baixo, Rio Grande do Norte ao Sul do que estava vendo.
Ele se Tocantins e ficou com vergonha do tamanho do São Paulo e disse: “Paraíba...”, morrendo de vergonha e começou a chorar.
A moça, muito zelosa, resolve ajudar e disse: “Pode deixar, quem Roraima, cuida...” enquanto se aproximava dele.
Moral da história: Quem Rio de Janeiro por último, riu melhor...
aonde estavámos mesmo? ah é, perdidos. escute, isso não é um carro?
dê um tempo para seus ouvidos se acostumarem. não há nada aqui além das árvores e do riacho. não invente carros para atrapalhar nosso pique-nique.
não se preocupe, atropelaremos elas.
cadê o champagne?
putz, tirei da geladeira e as formigas levaram...
o que você pensou para o ano que vem?
imaginei um grande unicórnio obrigando as pessoas a falarem mais alto, quase gritarem.
pois é, e os meus cadarços, que deram para duvidar do sol entre os prédios?
a semana entre o natal e o ano novo não te parece aquele buraquinho, entre o fogão e o forno?
onde brotam os pedidos?
isso mesmo... um mundo sem formigas...
havia um clima de pirataria no ar. com a suspeita da autenticidade da obra e as ressalvas usuais para circunstâncias como aquela. vernisages e lançamentos, homem ao mar, prancha e tubarões. o velho esquema: uma gota de sangue dirá tudo. e não é que somos todos cartomantes de alguma vontade de futuros, como se pudéssemos prevenir as desgraças com panos bem quentes, quase como uma recepção calorosa das tempestades e dos desvios de rota. como se perder em uma ilha deserta e dar-se conta da pergunta se são autênticos os pensamentos. afinal de contas, esses substantivos todos têm que pertencer a alguém?